Tudo de Novo! busca dar subsidio, ainda que mínimo, aos estudantes de Letras, que muitas vezes não compreendem o que lhes é solicitado ou têm dificuldade na produção de certos gêneros, de modo que tenham uma visualização de materiais já produzidos na academia.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

BRASIL. Conhecimentos de Literatura. In: Orientações curriculares para o ensino médio / Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006. (volume 1)


Introdução
    ·  PCN 2002 – negação da autonomia e da especificidade da Literatura.
    · PCNEM 2006 – defesa da especificidade da Literatura e de sua presença no currículo do ensino médio.
  1. Por que a Literatura no ensino médio?
  •     Razões:
    •     Se a Literatura é arte que se constrói com palavras, a arte serve para quê?
§  A arte “inventa uma alegriazinha”  que rompe com a hegemonia do trabalho alienado.
  •     LDBEN nº 9.394/96 (Art. 35) Inciso III – “apropriamento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”.
§  Literatura como fator indispensável de humanização:
Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante (CÂNDIDO, 1995 apud PCNEM, 2006, p.54).
   ·   Letramento Literário: estado ou condição de quem não apenas é capaz de ler poesia ou drama, mas dele se apropria efetivamente por meio da experiência estática, fruindo-o.
  ·   Literário X não literário: nem tudo que é escrito é Literatura.
  . Há ou não intencionalidade artística? A realização correspondeu à intenção? Quais os recursos utilizados para tal? Qual seu significado histórico-social? Proporciona ele o estranhamento, o prazer estético?

          2. A formação do leitor: do ensino fundamental ao ensino médio

   ·   A Literatura ganha contornos distintos conforme o nível de escolaridade dos leitores em formação.
   .  Ensino Fundamental – formação menos sistêmica e mais aberta; escolhas anárquicas.
   .  Ensino Médio – escolhas guiadas por aspectos sistemáticos; história da Literatura e seus estilos; fragmentação de exemplares de estilos e escolas; deslocamento ou fuga do contato direto do leitor com a obra:
a) substituição da Literatura difícil por uma Literatura considerada mais digerível;
b) simplificação da aprendizagem literária a um conjunto de informações externas às obras e aos textos;
c) substituição dos textos originais por simulacros, tais como paráfrases ou resumos (OSAKABE; FREDERICO, 2004, apud PCNEM, 2006, p. 64).
§  Solução – recuperar a dimensão formativa do leitor rumo à autonomia a partir da leitura das obras. 

3. A Leitura Literária

   ·   Leitor / Leitura – por meio da leitura dá-se a concretização de sentidos múltiplos, originados em diferentes lugares e tempos. 
    .  Abertura relativa da obra literária.
   ·  Tipos básicos de leitores: Leitor vítima (literatura comercial) e Leitor crítico.
  ·  A escola compete formar para o gosto literário, conhecer a tradição literária local e oferecer instrumentos para uma penetração mais aguda nas obras. 
   .  Leitor vítima → Leitor crítico.
  ·  Prática escolar – falta de leitura do texto literário; ênfase em atividades de metaleitura; leitura de simulacros; falta de motivação e atividades significativas para alunos e professores.

      4. Possibilidades de mediação

   ·   Professor não só como leitor, mas como mediador das práticas escolares de leitura literária.
   ·    Critérios para guiar as escolhas textuais: preferências pessoais do professor; exigências curriculares dos projetos pedagógicas da escola; tempo escolar (três anos); gêneros; autores; utilização ou não de livro didático. 
     Perguntas que podem auxiliar:
§  Quais são as obras e os autores que devem fazer parte do “acervo básico”, aqui entendido como livros que serão lidos integralmente durante os três anos do ensino médio? (seleção que pode ser reavaliada periodicamente – talvez de três em três anos –, desde que não comprometa o fluxo proposto inicialmente aos alunos).
§  Que projetos desenvolver com vistas a possibilitar que os alunos leiam outros livros além das indicações do “acervo básico”? (nessa vertente de discussões, inclui-se a possibilidade de realização de projetos interdisciplinares, que levem à reflexão sobre os gêneros literários e outros gêneros, sobre a linguagem literária e as outras linguagens, entre outras relações possíveis). (PCNEM, 2006, p.73)
  · Universidade / escola – vínculo com universidades a fim de mudar as orientações teóricas e metodológicas da Literatura no livro didático, proporcionar formação literária aos professores de Português ligada à pesquisa.
  ·  Vestibular – o professor não pode submeter seu programa ao programa do vestibular, mas pode substituir algumas obras por obras do vestibular.
  ·  Centralidade da obra literária, no contato direto com a obra.
 ·  Importante ter ambientes propícios à leitura na escola, com espaços e atividades estimulantes.


Texto apresentado na disciplina Prática de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (Prática II), ofertada no período 2011.1 e ministrada pelas professoras Maria Augusta Reinaldo e Rosângela Melo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário